sexta-feira, 25 de maio de 2012

Solidão latente


É intrigante, e muitas vezes triste, ver o quanto o conceito de amizade muda. Ou pelo menos, mudou pra mim. Digo o conceito de amizade enquanto companheirismo, enquanto “dar importância”, enquanto sentimento recíproco. Seja lá o quanto tudo isso signifique pra mim. Lembro-me que nos meus 12 anos chamar e considerar alguém amigo era a coisa mais fácil e natural que tinha. Antes disso mesmo, iniciar e criar laços com as pessoas que você convivia era simples... Não sei se fui eu que mudei ou se foi tudo. Só sei que o sentimento solidão é algo latente em mim. Para alguns isso é o famoso “reclamar de barriga cheia”. Não é que eu não tenha amigos, alguém para confiar. Mas é difícil aceitar que as coisas mudaram. Não vou entrar numa metafísica mirabolante sobre o que é ou deixa de ser o abstrato de amizade, se esse sentimento de “precisar de alguém” é algo puramente artificial e se nós, como seres sociais, precisamos não nos sentir sozinhos. Primeiro, porque eu acho dispensável, só serve para aumentar o ego, enquanto intelectual, de quem faz isso. Segundo, porque eu sou o tipo da pessoa que preza pela amizade, pela verdadeira amizade, então não preciso e nem quero ficar questionando as abstrações sobre isso. Porém, isso tem sido cada vez mais difícil pra mim. O amadurecimento e a mudança de visão sobre as coisas que me cercam me levaram ao ceticismo. Dizem, e acredito nisso, que a solidão é o sentimento do capitalismo, da modernidade... O individualismo exacerbado, a sensação de que se vive em meio a uma guerra, podendo ser bombardeado de todos os lados, valorização das máquinas, tornando tudo o que é humano chato, tedioso (refiro-me a arte, a leitura, a escrita com papel e caneta, o abraço, a declaração sem ser via redes sociais). Sou tomada por essa sensação. E percebo que não estou sozinha nisso. Mesmo que eu deixe meu lado emocional (ele é forte, por mais que eu o controle), “sem razão” como muitos querem me fazer acreditar, é muito difícil eu encontrar uma ação recíproca de alguém.  E então percebo, que confiar em alguém, compartilhar sua confiança com as pessoas é algo que soa estranho hoje em dia. E isso me entristece. Entristece perceber o quanto de superficialidade existe nas relações de hoje. Queria de volta a minha ingenuidade dos 12 anos. Meus amigos de praça, de pique, de escorrega, de gangorra, de terra, de cigarra e de descobertas.   

Não quero mais me alongar nisso, por mais que eu saiba que virão muitas outras coisas na minha cabeça em relação a isso. Se eu sentir necessidade eu posto aqui.

Tá, tá. Especialmente hoje estou me sentimento extremamente só. Mas isso não é um pensamento passageiro...

Olá!

Para não parecer que esse blog é algo extremamente depressivo, triste (o que realmente não será), resolvi postar algo feliz antes de postar o que eu já escrevi como primeira publicação.

Então... Há muito tempo estou querendo criar esse blog, mas nunca achava que tinha algo para escrever. Sempre tive muitas ideias na cabeça, mas nunca conseguir ordená-las e isso dificultava quando tentava passar para o papel, em consequência, postar aqui. Isso não significa que a próxima publicação seja exemplo de um texto que eu ache legal e bem escrito. Mas o dia de hoje me fez escrever e estou confiante em postar. Na verdade, o texto é meio piegas, mas é algo que tenho refletido muito. E não consegui escrever tudo o que eu queria. Sei lá... me faltaram as palavras.

Enfim, eu já tive um blog há muito tempo e não me iludo mais com a tentativa de manter uma periodicidade por aqui. Até porque minha rotina não deixa. Escreverei sempre que eu achar legal compartilhar o que eu escrevi, sem ficar me auto criticando depois.

É isso. Bom blog pra mim e pra quem acessá-lo :)